sábado, 31 de março de 2012

Memória Golpe de 64 - Atualizações

O Globo (online)    

31/03/12 - 13h31  FABIO BRISOLLA

Veteranos saltam com bandeiras do Brasil na Praia da Reserva

Militares comemoram os 48 anos do Golpe de 1964











Veteranos saltam com bandeira do Brasil, em comemoração aos 48 anos do Golpe Militar de 1964
Foto: Domingos Peixoto










Veteranos saltam com bandeira do Brasil, em comemoração aos 48 anos do Golpe Militar de 1964DOMINGOS PEIXOTO
RIO - Militares da reserva promoveram, na manhã deste sábado, uma nova homenagem ao Golpe Militar de 1964, que completa 48 anos. Quatro veteranos da Brigada Paraquedista saltaram de um avião, cada um deles carregando uma bandeira do Brasil, e pousaram na Praia da Reserva, no Recreio, diante de um quiosque frequentado por militares paraquedistas.
Dez coronéis da reserva estavam entre 50 veteranos que participaram do encontro. Entre eles, o deputado Jair Bolsonaro, que contratou um avião para circular pelas orlas da Barra e da Zona Sul com uma faixa que trazia a mensagem "Parabéns, Brasil, 31 de março 64".
— Esta é uma comemoração em memória do período que viveu o nosso país, que foi conturbado, mas permitiu o progresso e a transição para o estado democrático — diz André Chrispin, que, até novembro, ocupou o cargo de chefe do Estado Maior da Brigada de Infantaria Paraquedista e chegou a participar das operações no Complexo do Alemão. O oficial acaba de entrar para a reserva.
— Estamos aqui para comemorar, sim. Democracia é liberdade de manifestação — defende.


http://oglobo.globo.com/pais/veteranos-saltam-com-bandeiras-do-brasil-na-praia-da-reserva-4464482#ixzz1qj1D6Fkm
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Estado de Minas (online)

Festa pelo Golpe de 64 acaba em pancadaria

Manifestantes cercam clube durante comemoração do golpe de 1964 e xingam oficiais da reserva de torturadores. A demora na instalação da Comissão da Verdade eleva a tensão
A polícia teve que interferir para frear a pancadaria entre militares da reserva e manifestantes em frente ao Clube Militar, no Centro do Rio (Marcos de Paula/AE)
A polícia teve que interferir para frear a pancadaria entre militares da reserva e manifestantes em frente ao Clube Militar, no Centro do Rio









Na antevéspera dos 48 anos do golpe de 1964, uma comemoração de militares da reserva acabou em tumulto  na tarde dessa quinta, no Centro do Rio de Janeiro. Cerca de 300 representantes de movimentos sociais e de partidos políticos como o PSOL e o PCdoB, além de familiares de vítimas da ditadura, bloquearam a entrada principal do Clube Militar, na Cinelândia, e tentaram impedir o ingresso e saída dos oficiais da reserva. Os manifestantes gritavam palavras de ordem, referindo-se aos militares como “torturadores” e “assassinos”. Houve confronto físico e um jovem, que tentou agredir um dos oficiais reformados, acabou preso. Depois de prestar depoimento, foi liberado.

Segundo informações da PM, os manifestantes espalharam tinta vermelha na escadaria principal do Clube Militar, para representar “o sangue derramado durante a ditadura”. Os jovens portavam cartazes com dizeres como “Ditadura não é revolução” e “Onde estão nossos mortos e desaparecidos do Araguaia?”, além de fotografias de pessoas que sumiram durante o regime. A tropa de choque da Polícia Militar teve que usar bombas de efeito moral e spray de pimenta para dispersar os participantes e formou um cordão de isolamento entre o clube e uma estação de metrô próxima ao local para viabilizar a saída dos militares.

O general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, um dos três palestrantes do evento 1964 – A verdade e que tornou-se uma espécie de porta-voz das insatisfações da caserna com a Comissão da Verdade, relatou ao Estado de Minas que, apesar do tumulto no exterior do prédio do Clube Militar, o evento foi realizado conforme previsto. “Ficamos aborrecidos porque os manifestantes ficaram ofendendo quem entrava e saía do clube, mas conseguimos fazer todas as palestras e discussões”, afirma.

Apologia ao crime 

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que apresentou na semana passada requerimento de informação sobre a demora na instalação da comissão, protestou contra a celebração dos militares. “Isso é apologia ao crime, um atentado contra o estado de direito. Comemorar um golpe que quebrou a ordem democrática, impôs ao Brasil 20 anos de terror e tortura, equivale a celebrar, na Alemanha, o aniversário de Hitler”, comparou.

O Ministério da Defesa monitorou os fatos ocorridos no Rio com apreensão, mas preferiu não se pronunciar oficialmente. Os confrontos entre os dois grupos antagônicos – militares da reserva e grupos em defesa dos direitos humanos – derivam do clima de tensão agravado com a demora na instalação da Comissão da Verdade. A lei que cria o colegiado foi sancionada em novembro do ano passado e as expectativas são de que a presidente Dilma Rousseff anuncie os sete nomes que irão compor a comissão logo após sua viagem aos Estados Unidos, entre 9 e 11 de abril. As discussões sobre a validade da Lei da Anistia – estava prevista para ontem a análise, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da aplicação da lei em casos de crimes “permanentes” – também contribuem para elevar a temperatura.

d24am.com (pela agência O Globo)

Comemoração do golpe de 64 termina em pancadaria no Rio

Rnquanto cerca de 300 militares da reserva participavam do evento, chamado de “1964 — A Verdade”, pelo menos 350 pessoas fizeram a manifestação.
Rio de Janeiro - Terminou em confusão, corre-corre e pancadaria na tarde desta quinta-feira o protesto contra a comemoração pela passagem dos 48 anos do golpe militar de 1964. Enquanto cerca de 300 militares da reserva participavam do evento, chamado de “1964 — A Verdade”, na sede do Clube Militar, em frente à Cinelândia, pelo menos 350 pessoas, entre elas representantes de PT, PCB, PCdoB, PSOL, PDT e outros movimentos sociais de esquerda, fizeram a manifestação na frente das duas entradas do prédio, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Santa Luzia.
Um dos manifestantes foi detido pela polícia e liberado após prestar depoimento. Outros dois ficaram feridos ao serem atingidos estilhaços de bombas de efeito moral.
O grupo que participou do protesto, organizado pelas redes sociais na internet, levou bandeiras, faixas e cartazes com frases como “Ditadura não é revolução” e “Onde estão nossos mortos e desaparecidos do Araguaia?”, além de fotografias de vítimas durante os anos de chumbo. Parentes de desaparecidos também compareceram ao local. Do lado de dentro, no auditório do clube, militares criticaram a criação da Comissão da Verdade, que investigará, sem punição, casos de violações de direitos humanos na ditadura militar, e defendiam as ações do período, entre 1964 e 1985.
— A comissão vem 30 anos após os fatos, quando ex-militantes da luta armada estão hoje em posição importante no cenário internacional — criticou o general Luiz Eduardo Rocha Paiva durante o discurso.
Rocha Paiva já tinha dado declarações sugerindo que a presidente Dilma Rousseff fosse convocada a depor sobre atos da organização política de esquerda VAR-Palmares, da qual a presidente fazia parte na época da ditadura. Ontem, durante o encontro, Rocha Paiva afirmou que “todos devem ser expostos à nação”. Desde o ano passado, a presidente determinou o fim da comemoração do golpe militar por representantes de Exército, Marinha e Aeronáutica.
Na rua, os manifestantes gritavam palavras de ordem, chamando os militares de “torturadores”, “porcos”, “assassinos” e “covardes”. Cada militar que chegava ou saía do local era cercado e xingado; precisaram ser escoltados pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar e pela Guarda Municipal. Houve enfrentamento entre policiais e manifestantes em diversos momentos e duas pessoas foram atingidas por tiro de descarga elétrica de uma pistola Taser. A confusão aconteceu entre 14h e 18h.
Os manifestantes também derramaram um balde de tinta vermelha nas escadarias do Clube Militar, representando o sangue das vítimas da ditadura, e atingiram um segurança do local com ovos. Durante o tumulto, o Batalhão de Choque da PM usou spray de pimenta e bombas de efeito moral. A Avenida Rio Branco foi interrompida ao trânsito por 10 minutos. A cena chamou a atenção dos militares da reserva. Parte deles observou a movimentação pela janela do quinto andar da sede do Clube Militar.
— Eu tenho pena desse pessoal. São ignorantes. Não conhecem a verdade — atacou o coronel do Exército Délio Mascarenhas.
No fim do evento, os militares ficaram acuados dentro do prédio e foram saindo aos poucos. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ex-ministro da Justiça, passou em frente à sede por causa de um outro evento. Ele considerou a comemoração dos militares uma provocação. Já o general Nilton Cerqueira, que comandou a operação que acabou na morte do ex-capitão Carlos Lamarca, em 1971, enfrentou os manifestantes.
Em São Paulo, o engenheiro Roberto Médici — filho do general Emílio Garrastazu Médici, que presidiu o país entre os anos de 1969 e 1974 — autografou o livro “Médici — A Verdadeira História” em comemoração ao golpe do dia 31 de março de 1964.

E a SUPER reportagem da Veja sobre o assunto:

Veja (online)


Repare que a notícia se liga ao tema RIO DE JANEIRO (e não Brasil, por exemplo) e linka outras "notícias" sobre este assunto (ou seria sobre violência???):








Enquanto isso, na mídia colaborativa:
 

Um comentário:

  1. O único modo de não haver tortura e sumiço, como houve na ditadura militar e como há ainda agora, é a gente lembrar, dizer: registrar depoimentos, fazer cartazes, escrever posts, fotografar, filmar, gritar na rua... A palavra. A força da palavra dita coletivamente é que pode contra os mitos blindados pela história oficial.

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