quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A relação com a mídia

Ler ou não ler a mídia?

Alex Castro
Fonte: Revista Fórum
ainda vale a pena se informar? aliás, se informar onde?
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primeiro, um texto de gustavo tanaka, “por que parei de assistir televisão“:

[D]ecidi parar de assistir televisão, ler jornal, ouvir rádio. E minha vida melhorou. Para aqueles que vão me criticar, explico aqui o que aconteceu, respondendo as perguntas que mais me fazem. …
Eu não preciso receber as notícias pela mídia. Quando um assunto começa a ficar importante, as pessoas falam mais pelo Facebook e meus amigos falam quando eu os encontro, vez ou outra ou uma zapeada nos portais de conteúdo. Eu nunca fico totalmente por fora.
E quando eu quero saber mais sobre o assunto, eu aí sim acesso um site de mídia e busco as informações para saber mais detalhes.

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aí, essa crítica da marjorie rodrigues, “Será mesmo revolucionário se informar só pelo Facebook?“.
ela argumenta que é problemático trocar a mídia tradicional pelo facebook, como se isso fosse alguma grande vantagem:
“Não há nada de revolucionário, libertador ou grandioso em tirar poder de grandes empresas locais de mídia para dá-lo a uma única empresa global de mídia. Querer que larguemos outras formas de produção e consumo de conteúdo e fiquemos só trancados no Facebook é exatamente o que o Markinho quer. …
Gustavo (e eu) estamos apenas seguindo a boiada dos nossos tempos. Mas, por vezes, achamos que estamos fazendo algo diferente e extraordinário. Nada mais equivocado.”

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aí, sabrina aquino levanta outra questão, em seu facebook:
ok, a mídia tradicional é mesmo uma merda. mas, se não ela, então quem?
“Você posta uma notícia da mída tradicional e faz uma crítica ao governo. O que acontece? Aparece governista: “Ah, gostaria de uma fonte mais confiável do que O Estadão, O Globo, Folha de São Paulo, Exame, etc”.
Olha, eu também.
Mas não houve democratização dos meios de comunicação… fazer o quê se a gente só tem 4 famílias mandando nos meios de comunicação num país com 200 milhões de habitantes…
Aí aparece o governista novamente: “Ah, mas com o congresso que tá aí”.
Não amiguino carinhoso… isso também não vale como argumento, pois Lula entrou em 2002, com 80% de aprovação e, 8 anos depois Dilma idem e com a maioria da bancada no congresso ao seu favor. Não democratizaram porque não quiseram. Simples.
Mas notícia só vale para o governista quando vem do Forum do Eixo, da Cycy Morena, do Diário do Centro do Machismo e P Amorim, esses jornalistas que são tão comprometidos com as verdades oficiais.”

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por fim, eu digo, mudando um pouco o eixo da conversa:
pra mim, acompanhar o noticiário converteu-se em um investimento narcissista.
eu me informo sobre a crise no egito não por empatia e curiosidade, não por realmente me importar com o destino do povo egípcio, mas sim para me gabar de minha cultura, para ter assunto no almoço com as colegas de trabalho, para impressionar a chefa.
ou, como diz a nova campanha de um canal de notícias que sabe EXATAMENTE o que está vendendo: “torne-se indispensável”
e eu me pergunto: o que quero? me tornar indispensável? ou me tornar uma pessoa melhor?
existe algo de seriamente errado em uma cultura que vende como fundamental a necessidade de saber o nome do presidente da frança mas não do porteiro do prédio.
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